quinta-feira, janeiro 31, 2008

Axe Dark Temptation

quarta-feira, janeiro 30, 2008

Mr. Fevereiro #2 Divino



Se eu fosse católica, que não sou - 'sou ateia, graças a Deus' - diria que Cristo só podia ser assim. Não poderia ter outro rosto.

Mr. Fevereiro #1 Sedutor



Com a escolha do Mr. Fevereiro deparei-me com um problema - a escolha da melhor foto para figurar no calendário. Made in Taiwan, Takeshi Kaneshiro (a quem a mãezinha prefere chamar carinhosamente de Jincheng Wu) tem 34 generosos anos. E esta foto não pode ficar de fora, não pode mesmo.

domingo, janeiro 27, 2008

Mr. Lorca




E porque o alimento para alma também me é muito caro, queria mostrar-vos uma edição do 'Poeta en Nueva York' de Federico García Lorca que comprei há já 10 anos. É uma edição comemorativa do centenário de García Lorca. Esta é especial para mim porque para além das palavras de Lorca, tem ilustrações de Rafael Alberti; nelas Alberti pôs toda admiração, gratidão, amizade e saudade que sente por Lorca.

Quando forem a Espanha esqueçam lá os caramelos e as Galerias Preciados.

Mr. Janeiro





O Expresso tinha na sua edição online a notícia de que o gay mais popular do mundo é brasileiro, e que o mais bonito é argentino, tendo vencido a edição 2008 do Concurso Mr. Gay Internacional.

Pois é, Deus pode ser brasileiro, mas o Mafarrico é definitivamente argentino - Carlos Fábian Melia, 33 aninhos bem feitos.

Há algum tempo que penso em criar o meu próprio calendário. Se algum dia me tornar camionista ou mecânica já tenho material para o 'decor'. Este calendário obedecerá a critérios estéticos - a beleza não tem orientação sexual. Com data de publicação marcada para Dezembro de 2008, a escolha dos 12 Misters será feita quanto antes. Assim, o Carlos Melia vai ser o Mr. Janeiro.




Sempre que me apetece, quero



Querer alguém, ou alguma coisa, é muito fácil. Mesmo assim, olhar e sentirmo-nos querer, sem pensar no que estamos a fazer, é uma coisa mais bonita do que se diz. Antes de vermos a pessoa, ou a coisa, não sabíamos que estávamos tão insatisfeitos. Porque não estávamos. Mas, de repente, vemo-la e assalta-nos a falta enorme que ela nos faz. Para não falar naquela que nos fez e para sempre há-de fazer. Como foi possível viver sem ela? Foi uma obscenidade. Querer é descobrir faltas secretas, ou inventá-las na magia do momento. Não há surpresa maior.
O que é bonito no querer é sentirmo-nos subitamente incompletos sem a coisa que queremos. Quanto mais bela ela nos parece, mais feios nos sentimos. Parte da força da nossa vontade vem da força com que se sente que ela nunca poderia querer-nos como nós a queremos. Querer é sempre a humilhação sublime de quem quer. Por que razão não nos sentimos inteiros quando queremos? É porque a outra pessoa, sem querer, levou a parte melhor que havia em nós, aquela que nos faz mais falta. É a parte de nós que olha por nós e nos reconcilia connosco. Quanto mais queremos outra pessoa, menos nos queremos a nós…(...)

Querer é mais forte que desejar, pelo menos na nossa língua. Querer é querer ter, é ter de ter. Querer tem mesmo de ser. Na frase felicíssima que os Portugueses usam, “o que tem de ser tem muita força”. Desejar tem menos. É condicional. Quem deseja, desejaria. Quem deseja, gostaria. Seria bom poder ter o que se deseja, mas o que se deseja não dá vontade de reter, se calhar porque são muitas as coisas que se desejam e não se pode ter todas ao mesmo tempo.
Querer é querer ter e guardar, é uma vontade de propriedade; enquanto desejar é querer conhecer e gozar, é uma vontade de posse. O querer diminui-nos, mas o desejar não. Sabemos que somos completos quando desejamos - desejamos alguém de igual para igual. Quando queremos é diferente - queremos alguém com a inferioridade de quem se sente incapacitado diante de quem parece omnipotente. O desejo é democrático, mas o querer é fascista.
O que desejamos, dava-nos jeito; o que queremos fez-nos mesmo falta. Mas tanto desejar como querer são muito fáceis. Ter, isto é, conseguir mesmo o que se quer é mais difícil. E reter o que se tem, guardando-o e continuando a querê-lo, tanto como se quis antes de se ter, é quase impossível. Há qualquer coisa que se passa entre o momento em que se quer e o momento em que se tem. O que é?

Quando se quer realmente, dar-se-ia tudo por ter. A coisa ou a pessoa que se quer têm o valor imediato igual a todas as coisas e pessoas que já se têm. Trocavam-se todas as namoradas, ou todos os namorados, que já se namoraram, pelo namoro de uma única pessoa que se quer namorar. É esta a violência. É esta a injustiça. Mas é esta também a beleza. Quem aceitaria que um novo amor significasse apenas parte de uma vida? Não sendo a vida inteira, não sendo tudo o que importa, numa dada altura, num dado estado do coração, porque nos havíamos de ralar? (…) O querer é bonito porque, concentrando-se na coisa ou na pessoa que se quer, elimina o resto do mundo. O resto do mundo é uma entidade muito grande que tem graça e tem valor eliminar. Querer um homem em vez de todos os outros homens, uma mulher em vez de todas as outras mulheres é fazer a escolha mais impossível e bela. Acho que se pode ter tudo o que se quer de muitas pessoas ao mesmo tempo, mas que não se pode querer senão uma pessoa. Ter todas as pessoas não chega para nos satisfazer, mas basta querer só uma, e não a ter, para nos insatisfazer. É por isso que se tem de dar valor à vontade. Poder-se-á querer ter alguém, sem querer também ser querido por essa pessoa? Eu não sei. Como raramente temos o que queremos ter ou queremos bem ao que temos, é boa ideia dar uma ideia da atitude que se pretende. Em primeiro lugar, convém mentalizar-mo-nos que querer é desejável só por si, pelo que querer significa. Quem tem tudo e não quer nada é como quem é amado por todos sem ser capaz de amar ninguém. Dizer e sentir “eu quero” é reconhecer, da maneira mais forte que pode haver, a existência de outra pessoa e de nós. Eu quero, logo existes. Eu quero-te, logo existo. Em segundo lugar, ter também não é tão bom como se diz. Ter alguém ocupa um espaço vital que às vezes é mais bonito deixar vazio. (…) Ter o que se quis não é tão bom como se diz, nem querer o que não se tem é assim tão mau. O segredo deve estar em conseguir continuar a querer, não deixando de ter. Ou, por outras palavras, o melhor é continuar a ser querido sem por isso deixar de ser tido. O que é que todos nós queremos, no fundo dos fundos? Queremos querer. Queremos ter. Queremos ser queridos. Queremos ser tidos. É o que nos vale: afinal queremos exactamente o que os outros querem. O problema é esse.

MEC

Outras Paixões



O nosso coração é de um tamanho imenso, tem muitos recantos. Com o passar dos anos vamos percebendo que podemos lá guardar uma infinidade de coisas, e de forma arbitrária, que não temos de escolher qual vem em primeiro lugar ou em segundo - todas nos fazem falta, todas têm qualquer coisa de especial que fizeram delas paixões aos nossos olhos. Esta é mais uma das paixões que lá guardo; aquela que me permite fazer 'punches' de momentos vividos, que me permite obrigar o tempo a voltar atrás.