...ou então não
Sabe bem chegar ao fim do dia e vir para casa relaxar...ou então não. Chamei o elevador à garagem, e já trazia 'brinde' (sempre a sensação 'Please, lá vou eu ter que fazer conversa psicossocial com a vizinhança').
A primeira coisa que oiço foi um belfo 'Filho, dá um xeitinho à chenhora...' - confesso que tive pena do senhor/rapaz - duas crianças entre os 18 e os 24 meses a baterem uma na outra por causa de 4 balões, e ele com uma capa de livros e o porta-chaves na boca, 6 sacos de compras, e 2 mochilas.
Como diz o Povo, essa entidade abstracta, senti-me alcançada e perguntei 'Precisa de ajuda?', responde o senhor/rapaz 'Obixgada, max xáxtou habiguado'. Entretanto as crianças continuaram à estalada e a fazerem chiar a borracha dos balões.
Quando saí no meu andar só me ocorreu um 'Então uma noite descansada'; o olhar que ele me fez deu dó. É mau, eu sei ele não vai ter uma noite descansada, que vai dormir mal e levantar-se cedo, mas saíu-me.
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